
Dívidas da Prefeitura atrapalharam o início do ano letivo nesta quinta (2) (Foto: Raimundo Rosa/Arquivo/A Tribuna)
Cerca de 400 crianças e adolescentes com necessidades especiais ficam sem atendimento na Casa da Esperança de Cubatão a partir desta quinta-feira (2), em razão da ameaça de greve dos 40 funcionários, que não receberam os salários de dezembro e janeiro. Em nota, a Prefeitura confirma que o período letivo, que começaria nesta quinta-feira, “terá seu início revisto”.
Um comunicado foi entregue na segunda-feira (30), na Secretaria Municipal de Saúde, por Rogério José Gomes Cardoso, presidente do sindicato da categoria (Sindbeneficente). O estado de greve ocorre em meio a boatos, entre as mães dos atendidos, de que a Prefeitura estudaria fechar a entidade.
Fundada em 1980, a Casa da Esperança está sob intervenção municipal determinada pela Justiça desde 4 de outubro de 2013, após recomendação do Ministério Público Estadual. A Prefeitura está obrigada a garantir o atendimento a todos os pacientes e a manter o corpo de profissionais.
No governo anterior, os serviços não chegaram a ser interrompidos, mas a atual Administração ainda não concluiu uma auditoria técnica e financeira na entidade. Um levantamento preliminar indica dívidas trabalhistas e débitos com a própria Prefeitura estimados em cerca de R$ 300 mil, desde a Administração Marcia Rosa.
Pendência
Em nota, a Prefeitura disse estar chamando os pais ou responsáveis pelas crianças atendidas na Casa da Esperança para detalhar a eles as condições inadequadas em que está a unidade e as providências tomadas para solucionar pendências.
Segundo a secretária municipal de Saúde, Sandra Furquim, uma avaliação sanitária constatou que o prédio está impróprio para atividades. Serviços que antes eram prestados na Casa da Esperança foram transferidos a outras unidades.
A Associação Casa da Esperança de Cubatão também está com seus bens bloqueados e sua diretoria afastada. A medida se deve a uma decisão do juiz da 1ª Vara Cível de Cubatão, Rodrigo de Moura Jacob, devido a inconsistências administrativas e econômico-financeiras verificadas por técnicos municipais.
Fonte: A Tribuna (www.atribuna.com.br), publicado em 02/02/2017 - 08:40 - Atualizado em 02/02/2017 - 08:44